Diálogo

Em prol da família

Movimento de evangelização reúne ações voltadas à discussão dos valores familiares e dos problemas dentro das relações

O enfretamento das dificuldades dentro dos casamentos por meio do diálogo. Essa é a base do Movimento de Evangelização Familiar (MEF). Criado no início do século, as ações têm como objetivo reestruturar as relações dos cônjuges, que muitas vezes respingam nos demais entes do núcleo familiar, como os filhos. Além disso, a preparação dos jovens casais para a vida conjunta também é pauta. A ideia partiu da Zona Rural que contorna a cidade, mas ao longo dos 19 anos se expandiu a outras localidades - em Pelotas existem 15 casais que formam grupos com foco na troca de experiências. No próximo dia 30, inclusive, um encontro na Cascata será abrigo para mais de 500 pessoas em busca de auxílio e debate, conforme estima o coordenador Flávio Milach.

A participação nos encontros é demonstração de força para reunir os laços que, muitas vezes, enfraquecem dentro das relações. “O casamento não é um mar de rosas, às vezes surgem flores diferentes no meio”, pontua Milach. Junto da esposa, Liane Milach, os dois coordenam as atividades do MEF em busca do crescimento pessoal de cada indivíduo e, consequentemente, das famílias. Uma ideia que começou somente com a dupla, hoje conta com 32 casais que guiam os encontros.

Entre as ações, está o preparo de casais formados por jovens, que escutam depoimentos de pessoas e ensaiam para a cerimônia - exigência das igrejas à realização formal do matrimônio. Reuniões anuais também ocorrem e uma vez a cada 12 meses os mais de 800 casais que já passaram pelas atividades do movimento são convidados a celebrar e ouvir ensinamentos de profissionais sobre os desafios que surgem a casa dia, juntamente aos membros atuais dos encontros. Segundo Milach, cerca de 400 casais frequentam os grupos e reuniões.

O movimento se divide em dez regiões, cada grupo com características próprias e com datas diferentes. Algumas das localidades são a Cascata, o Trevo da Capela da Buena, as colônias Santa Eulália, Santa Áurea e Maciel, e o distrito Vila Nova. A expansão para as cidades começou aos poucos, conta o coordenador. Logo, casais começaram a formar grupos para dialogar e repassar o que aprendiam com a dupla Milach. Além dos 15 casais pelotenses, grupos com cerca de 20 componentes estimulam o debate sobre os valores da família, em vista da religião cristã - quatro manuais foram criados pelos coordenadores sobre os aprendizados envolvendo o tema e servem de subsídio aos participantes.

Porém, as demais crenças não são deixadas de lado. Os trabalhos começaram dentro da Igreja Católica e, gradativamente, se tornaram ecumênicos: membros das vertentes anglicanas e luteranas também fazem parte. O que une as diferentes ideias é enxergar o casamento da mesma forma, como uma instituição importante e que merece ser discutida.

Próximo encontro
O 19º Encontrão de Casais ocorre no sábado, dia 30, na localidade da Cascata. Flávio Milach projeta que entre 500 e 600 pessoas façam parte, entre elas casais, de diversas idades, e filhos. A confraternização terá como palestrante uma psicóloga para tratar do tema A importância da família”, pincelando também em temas como a influência das redes sociais nos núcleos familiares.

“Os celulares acabam afastando os pais dos filhos e também os próprios casais”, justifica o coordenador do movimento. Assim como os demais encontros, a entrada é gratuita. Após a palestra e a troca de experiência, as crianças realizam uma apresentação artística para os responsáveis.

Como preservar os casais do campo?
Em busca de respostas para a questão, Flávio e Liane tiveram a ideia de frequentar os encontros. Moradores da Zona Rural, há 19 anos eles temiam a resposta da pergunta: O que um casal do meio rural faz depois de um dia de trabalho? A falta de diálogo marcava presença, problema visto como estrutural por Flávio. “Os jovens crescem vendo os problemas dos pais e não querem isso pra eles”, conta.

Entre 1992 e 1999, ele fazia parte do Movimento Familiar Cristão de Pelotas, que começava a discutir as questões. O casal convocou, então, os moradores para uma conversa, a fim de tratar dos obstáculos e reestruturar as relações. Um pequeno grupo de 12 pessoas compareceu. Com o pedido de repassar o convite, os participantes logo se tornaram mais de cem. O passar dos anos serviu como soma de conhecimentos; quatro manuais e um informativo são alguns dos exemplares físicos - sem falar dos sentimentos que foram revividos desde o ano 2000.

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